Quero falar o que ando pensando
ultimamente sobre a vida, seus sofrimentos e dificuldades.
Que difícil hein? A vida e seus
sofrimentos!
Sabe vivo o dia a dia da
dependência química e sempre acredito que alguma coisa vai mudar, mais dificilmente
muda. É sempre a mesma coisa, destruição sobre destruição.
O dependente sofre, a família sofre
todo mundo sofre.
Creio estar sofrendo também,
sofro por não conseguir mudar as coisas, por muitas vezes não conseguir
entender o sofrimento tanto meu quanto dos outros, sofro por não conseguir
ajudar e por também ver constantemente que muitos não querem ajuda.
Muitos querem somente remendar
suas vidas, fazer reformas externas que não vão resolver os problemas de
estrutura. É como se fossemos um edifício com rachaduras por todos os lados e
acharmos que apenas passar uma mão de tinta vai resolver, no final fica uma
coisa tipo sepulcro caiado, bonito por fora e feio por dentro.
O engraçado é que na maioria das
vezes reagimos assim mesmo, todos nós.
As mudanças tem que vir de dentro
para fora e não ao contrário, porque senão se tornam apenas soluções
temporárias para nós. Mudar o cabelo ou comprar uma roupa nova pode nos trazer
durante um tempo um bem estar ou elevar a estima mais não vai resolver o
problema com relação ao sentimento interno de desvalorização pessoal.
Comprar um super carro, uma mega casa
ou apartamento, aparelhos eletrônicos de última geração também não vão mudar a verdade
de si mesmo, vão apenas mascarar.
Tudo isso já foi feito antes,
sempre deu o mesmo resultado, a única forma é fazermos essas mudanças.
Como fazê-las provavelmente você
está se perguntando?
Uma autoanálise é o ponto de
partida, olhar o que gosta e não gosta em sua vida, quando as tiver descoberto
o ideal é amplificar o que gosta e entrar com medidas para reverter o que não
gosta.
Existem diferentes formas de
analisar esses pontos satisfatórios e insatisfatórios que podemos dividir em 2
categorias em internos e externos.
Os fatores internos estão ligados
a forma como se vê e interage com você e os externos em como fatores externos a
você interfere em você externa e internamente.
Os fatores internos negativos geralmente
estão relacionados a: baixa estima, desmotivação, vergonha de algo em si mesmo,
sentimentos de raiva, frustração ou medos e por ai vai, como por exemplo
vergonha do corpo, medo da rejeição, medo do fracasso, raiva de tudo e de
todos, não se achar capaz e etc.
Os fatores externos negativos que
influenciam internamente na grande maioria estão relacionados a: disfunções
familiares, profissionais, relacionamentos, materialismo muitas outras coisas,
por exemplo não gostar de seu trabalho, de sua casa, da forma como é tratada
pelos outros, preocupações excessivas com a aparência e etc.
Olhando agora os pontos
separadamente e seus exemplos podemos perceber que eles se cruzam e/ou se
fundem o tempo todo. O maior exemplo que posso dar deste cruzamento ou fusão é a frustração e raiva que tanto o dependente químico quanto nós sentimos (fator interno) por insistentemente tentarmos modificar ou controlar o outro (fator externo) e em minha experiencia vejo que este é um dos maiores sofrimentos pelo qual passamos muito constantemente na vida e no dia a dia.
Os fatores internos e externos
primeiramente são combatidos com aceitação deles, depois se deve entrar com
maior valorização pessoal no caso dos internos e nos externos entrar com
medidas que possam modificá-los externa e internamente.
Existe uma formula muito boa para
os conflitos internos chamada terapia do espelho e funciona assim, fique de
frente para um espelho e comece a falar com você sobre o que não gosta e também
a dizer o que você gosta, diga frases do tipo “não gosto disto, não gosto
daquilo, não vou mais me permitir isso ou aquilo, diga também que você é
especial, capaz, lindo(a) e até mesmo “Eu te Amo”. Tente por algum tempo fazer
isso e veja o resultado da elevação da autoestima.
Nos caso dos externos tome ações que
mude o que está sentindo, algumas coisas podem ser resolvidas também através da
terapia do espelho mais em alguns casos deve-se mudar alguma coisas de forma
mais direta e real. Por exemplo, mudar de emprego para algo que goste de fazer,
mudar um relacionamento que não está bem, parar de se preocupar insistentemente
de forma materialista e por ai vai.
Temos que buscar gerar prazer em
nós de forma assertiva, isto é, se valorizando como seres humanos mudando fatores
internos e externos em igual proporção.
Como falei no início temos o
defeito de apenas modificar o externo e não dar atenção ao interno, o
dependente químico principalmente tenta o tempo todo modificar o externo, e se esquece
ou até mesmo abandona o interno. Os motivos são muitos para isso e já foram
citados alguns aqui como a vergonha, culpa, medo, imaturidade e outros e todos
eles levam o dependente a não vivenciar a realidade que tem que aceitar, como
diz um slogam famoso “a dor é inevitável o sofrimento é opcional” e é disso que
não só dependente tem medo mais todos nós, medo da dor.
A dor da culpa, do remorso, da
frustração, do desalento, da solidão, do abandono, do fracasso, da mudança e
etc.
Temos que lutar contra a nossa dor,
enfrentá-la e vencê-la.
Para terminar desejo á todos vocês
meus amigos muito sucesso nesse processo doloroso conhecido como “crescimento”
que dói e dói muito deixo também esta fantástica frase para reflexão: “somente
quando à dor de permanecermos o mesmo for maior que a da mudança, poderemos mudar”
Boa semana a todos e até o próximo
post.
Gostei muito dessa postagem. Compartilho desse sentimento de impotência, pois em muitas situações desejo realizar mais do que posso. Neste momento busco a Sabedoria para diferenciar o que está em meu alcance e o que não me cabe.
ResponderExcluirConcordo com esse quesito da mudança ser de dentro pra fora, por isso a importância do autoconhecimento. E cada pessoa só muda quando esta se torna a única opção ou quando permanecer igual se torna insustentável, como você diz "a mudança ocorre quando a dor de permanecermos os mesmos for maior que a dor da mudança".
Parabéns!