sábado, 20 de abril de 2013

O Amor Faz Diferença

Olá Amigos Leitores,
Hoje quero relatar um fato que presenciei esta semana e acho muito importante compartilhar com vocês.
Durante a despedida de um paciente mais uma vez pude me surpreender ao presenciar o poder do amor em ação, o poder de fazer com que as pessoas se emocionem com ele, que percebam mesmo que por um momento que ele existe é real e o quanto queremos vivenciá-lo. Todos nos queremos nos sentir amado, isto traz uma energia muito positiva sobre nós e para a nossa vida, o amor eleva a estima e o espírito, traz alegria, gera motivação, confiança, companheirismo, compreensão, perdão, tem poder de cura entre muitas outras coisas e em especial o amor produz respeito por si mesmo, pelo outro e como diria Renato Russo “... sem amor eu nada seria...”.
Ver as pessoas chorando emocionadas, principalmente quando uma grande partes delas estavam a pouco tempo atrás vivendo o sofrimento do mundo da dependência química e/ou alcoolismo é simplesmente fantástico, mágico e gratificante, tudo isto vindo de uma frase simples, direta, com poder de paralisar nossa fala e nos levar de encontro ao amor através do compartilhar inocente e verdadeiro dela, uma criança de 3 anos que somente soltou com muito amor e paixão: “Papai hoje vou levar você embora comigo”, impagável este momento. Consegue imaginar?.
O que falar do amor?
Ele é o sentimento mais nobre que o ser humano pode sentir. É aquele sentimento gostoso por tudo aquilo que gostamos e estamos dispostos a tudo para preservar. 
Sentimos amor por nossos pais, nosso(s) filho(s), por nossa cara metade, por nossos familiares, pelos nossos amigos e até mesmo para com nosso(s) animal (ais) de estimação e por ai vai.
É o amor dos pais, familiares, amigos, namorado (a), esposa (o) pelo dependente químico, que rejeita suas ações destrutivas, pois este amor sempre zela pela vida, o que insanamente o dependente pensa estar fazendo defendendo a liberdade de escolha de viver sua vida do modo que quiser. Esse amor cuidadoso inclusive é o tema central do livro “Quem Ama Cuida” do renomado psiquiatra e escritor Içami Tiba.
Provavelmente você já ouviu ou disse a seguinte frase ou alguma coisa do tipo: “para você me provar que me ama você tem que parar de usar e/ou beber” ou “se você me ama de verdade você vai parar por mim”. Você disse ou ouviu? Sabia. Qual foi o retorno? Já sei a resposta, teve uma grande frustração por essa prova não ter sido dada não é? Não fique triste e nem duvide do amor do outro, pois esta expectativa foi criada apenas por você de que o amor seria motivo suficiente para ele parar ou mudar, mas sinto em dizer que esta prova é praticamente impossível, às vezes até acontece, mas é raro de ser dada pelo dependente e/ou alcoolista, principalmente se ele estiver influenciado pela obsessão e compulsão no uso, neste momento o uso é prioridade máxima para ele, está acima de tudo, chego a ser mais radical ainda afirmando que a droga e/ou álcool tornou-se o maior amor do dependente e/ou alcoolista.
Tanto a 3ª tradição de A.A. quanto a de N.A. afirmam que um dependente químico e/ou alcoolista que não queira parar de usar e/ou beber, não vai parar. Ele tem que querer por si mesmo.
Mas como alguém pode amar alguém sem se amar primeiro?
Como antes mencionei o dependente acredita insanamente manipulado pelo egocentrismo que está se amando por estar fazendo o que pensa ser melhor para ele, isto é, beber e usar drogas e dar prioridade máxima as suas vontades. Para melhor ilustrar isto a comoção acima relatada dá uma dimensão de como este sentimento é abafado pelo consumo de álcool e/ou drogas do dependente, mas permanece nele lá dentro, escondido e encolhido em algum canto, mas ele está lá só esperando.
Este “abafamento” se dá pelo auto grau de egocentrismo vivido pelo dependente e é ele que causa a ausência deste sentimento tão poderoso na hora da tomada de decisão, não é que o dependente e/ou alcoolista não ame o que acontece é que este egocentrismo o impede de agir pelo amor, precisa desesperadamente suprir apenas sua vontade doa a quem doer independentemente das consequências de suas decisões.
O maravilhoso disto tudo é ver este sentimento ressurgindo no dependente e/ou alcoolista quando este faz uma interrupção do uso contínuo, quando ele experimenta uma abstinência prolongada, iniciando assim seu processo de recuperação, nele o dependente começa a melhorar sua estima pessoal, consequentemente ao poucos passa a se valorizar, ao poucos volta a se amar e consequentemente o sentimento de amor por aqueles que são importantes em sua vida volta a ter poder de ação.
Familiares e amigos continuem amando o dependente e acreditem que uma hora o resultado virá mais principalmente amem a si mesmo, sendo assertivos consigo e com os outros.
Dependente não desista, permaneça na luta, recupere sua estima e se ame, pois quem ama vive melhor, e viver melhor é qualidade de vida.
Por favor deixem seus comentários.
Excelente semana a todos, com muito amor e até o próximo post.

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