Olá
Amigos Leitores,
Hoje
quero relatar um fato que presenciei esta semana e acho muito importante
compartilhar com vocês.
Durante
a despedida de um paciente mais uma vez pude me surpreender ao presenciar o
poder do amor em ação, o poder de fazer com que as pessoas se emocionem com
ele, que percebam mesmo que por um momento que ele existe é real e o quanto
queremos vivenciá-lo. Todos nos queremos nos sentir amado, isto traz uma
energia muito positiva sobre nós e para a nossa vida, o amor eleva a
estima e o espírito, traz alegria, gera motivação, confiança, companheirismo,
compreensão, perdão, tem poder de cura entre muitas outras coisas e em especial
o amor produz respeito por si mesmo, pelo outro e como diria Renato Russo “...
sem amor eu nada seria...”.
Ver
as pessoas chorando emocionadas, principalmente quando uma grande partes delas
estavam a pouco tempo atrás vivendo o sofrimento do mundo da dependência
química e/ou alcoolismo é simplesmente fantástico, mágico e gratificante, tudo
isto vindo de uma frase simples, direta, com poder de paralisar nossa
fala e nos levar de encontro ao amor através do compartilhar inocente e
verdadeiro dela, uma criança de 3 anos que somente soltou com muito amor e
paixão: “Papai hoje vou levar você embora comigo”, impagável este momento.
Consegue imaginar?.
O
que falar do amor?
Ele
é o sentimento mais nobre que o ser humano pode sentir. É aquele sentimento
gostoso por tudo aquilo que gostamos e estamos dispostos a tudo para
preservar.
Sentimos
amor por nossos pais, nosso(s) filho(s), por nossa cara metade, por nossos
familiares, pelos nossos amigos e até mesmo para com nosso(s) animal (ais) de
estimação e por ai vai.
É
o amor dos pais, familiares, amigos, namorado (a), esposa (o) pelo dependente
químico, que rejeita suas ações destrutivas, pois este amor sempre zela pela
vida, o que insanamente o dependente pensa estar fazendo defendendo a liberdade
de escolha de viver sua vida do modo que quiser. Esse amor cuidadoso inclusive
é o tema central do livro “Quem Ama Cuida” do renomado psiquiatra e escritor
Içami Tiba.
Provavelmente
você já ouviu ou disse a seguinte frase ou alguma coisa do tipo: “para você me
provar que me ama você tem que parar de usar e/ou beber” ou “se você me ama de
verdade você vai parar por mim”. Você disse ou ouviu? Sabia. Qual foi o
retorno? Já sei a resposta, teve uma grande frustração por essa prova não ter
sido dada não é? Não fique triste e nem duvide do amor do outro, pois esta
expectativa foi criada apenas por você de que o amor seria motivo suficiente
para ele parar ou mudar, mas sinto em dizer que esta prova é praticamente
impossível, às vezes até acontece, mas é raro de ser dada pelo dependente e/ou
alcoolista, principalmente se ele estiver influenciado pela obsessão e
compulsão no uso, neste momento o uso é prioridade máxima para ele, está acima
de tudo, chego a ser mais radical ainda afirmando que a droga e/ou álcool
tornou-se o maior amor do dependente e/ou alcoolista.
Tanto
a 3ª tradição de A.A. quanto a de N.A. afirmam que um dependente químico e/ou
alcoolista que não queira parar de usar e/ou beber, não vai parar. Ele tem que
querer por si mesmo.
Mas
como alguém pode amar alguém sem se amar primeiro?
Como
antes mencionei o dependente acredita insanamente manipulado pelo egocentrismo
que está se amando por estar fazendo o que pensa ser melhor para ele, isto é,
beber e usar drogas e dar prioridade máxima as suas vontades. Para melhor
ilustrar isto a comoção acima relatada dá uma dimensão de como este sentimento
é abafado pelo consumo de álcool e/ou drogas do dependente, mas permanece nele
lá dentro, escondido e encolhido em algum canto, mas ele está lá só esperando.
Este
“abafamento” se dá pelo auto grau de egocentrismo vivido pelo dependente e é
ele que causa a ausência deste sentimento tão poderoso na hora da tomada de decisão,
não é que o dependente e/ou alcoolista não ame o que acontece é que este
egocentrismo o impede de agir pelo amor, precisa desesperadamente suprir apenas
sua vontade doa a quem doer independentemente das consequências de suas
decisões.
O
maravilhoso disto tudo é ver este sentimento ressurgindo no dependente e/ou
alcoolista quando este faz uma interrupção do uso contínuo, quando ele
experimenta uma abstinência prolongada, iniciando assim seu processo de
recuperação, nele o dependente começa a melhorar sua estima pessoal,
consequentemente ao poucos passa a se valorizar, ao poucos volta a se amar e
consequentemente o sentimento de amor por aqueles que são importantes em sua
vida volta a ter poder de ação.
Familiares
e amigos continuem amando o dependente e acreditem que uma hora o resultado
virá mais principalmente amem a si mesmo, sendo assertivos consigo e com os
outros.
Dependente
não desista, permaneça na luta, recupere sua estima e se ame, pois quem ama
vive melhor, e viver melhor é qualidade de vida.
Por
favor deixem seus comentários.
Excelente
semana a todos, com muito amor e até o próximo post.
Eh so o amor. Adorei. Bjo Dani
ResponderExcluirMuito bom!
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