Olá pessoal, primeiramente informo que por motivos técnicos não pude postar antes
mas conforme já venho fazendo há 2 semanas aqui no blog escreverei um pouco
mais sobre Codependência. O assunto não será esgotado, mas a partir do que
venho falando acredito que deu para ter uma noção do quanto a doença afeta toda
a família.
Todos os
membros da família têm um papel essencial na recuperação do
dependente e para que isto dê certo é preciso modificar e organizar a dinâmica
familiar e esta é uma tarefa muito difícil já que todos os envolvidos estão
emocionalmente fragilizados e com dificuldade em ver uma saída. Esta dinâmica
disfuncional da família tem como base o controle da vida alheia, transferências
de responsabilidade, sinalização dos erros do outro como forma de defesa e
facilitações e isto impede que família exerça um papel adequado e eficaz.
Não só
o(s) codependente(s), mas a maioria dos seres humanos têm dificuldades em
assumir suas falhas, seus erros e admitir suas impotências e fragilidades
fazendo assim que os comportamentos disfuncionais se perpetuem em suas
personalidades. Esta proteção psicológica faz com que as pessoas passem a viver
de duas formas distintas, vivendo baseadas no seu egocentrismo ou em função dos
outros para não terem que olhar para si mesmas. Este segundo é o que acontece
na maioria das vezes aos pais e cônjuges de dependentes.
A pessoa
codependente deixa de olhar para sua vida, passa a viver em função de controlar
a vida do outro e deixa de fazer as coisas que gosta por conta da outra pessoa.
É uma forma de afastamento de si, negando seus problemas e voltando-se para a
vida do outro. Este afastamento de si traz consigo comportamentos facilitadores
para o desenvolvimento da própria dependência, por limitarem a autonomia do
outro.
É comum
também pessoas que viveram em lares desorganizados e com traços de
codependencia acabarem por reproduzir esta mesma realidade após saírem de casa,
repetindo a relação vivida no lar de origem, casando-se ou relacionando-se com
pessoas excessivamente carentes ou dependentes. Sendo esta forma a única que
ela sabe viver, tendo dificuldade em romper o ciclo pois é algo comum e
conhecido por ela.
Mediante
isto dou ênfase na grande da participação da família no tratamento do
dependente químico, exatamente por todos a volta do dependente estarem
envolvidos e sofrendo com a situação e não sabem como agir e ainda mais
preocupante não conseguem se observar e muito menos viver suas próprias vidas.
A pessoa codependente está tão envolvida com o dependente e a solução dos danos
causados por ele a todos que se sente sozinha ou incapaz de achar uma solução.
Aqui dou
uma grande notícia a vocês, vocês não estão sozinhos nesta luta, existe
milhares de pessoas passando exatamente pelo mesmo problema e uma grande
palarcela destas pessoas estão buscando ajuda para o problema em grupos de auto
e mútua-ajuda como AlAnon, NarAnom, Coda e Amor Exigente.
A
participação nos grupos de mútua-ajuda é uma das possibilidades para encontrar
ajuda, conhecimento e companheirismo, e neste ambiente é comum a(s) pessoa(s)
se identificar com diferentes histórias e poder toma-las como exemplo para seus
próprios comportamentos e problema.
Inicialmente
frequentando as reuniões dos grupos, a pessoa codependente pode não percebe o
quanto está afastada de si, não falando de si mesma, somente do dependente. No
Amor Exigente a pessoa volta-se para si e percebe a importância de estar ali
para si e não para o outro. Ao se deparar com histórias que deram certo e
situações semelhantes, a pessoa passa a ter consciência destes comportamentos
disfuncionais, como o controle e a negação do problema
No
processo de tratamento o codependente percebe que a mudança é intima, que
somente mudando a si pode mudar a dinâmica da relação estabelecida com o
dependente. Esta busca por apoio permite que a pessoa visualize uma saída,
percebendo que junto ao grupo consegue alcançar o que antes não poderia
sozinha.
A partir
do acolhimento do grupo e voltando às reuniões, tanto o codependente como toda
a família percebem os resultados, sendo que essas mudanças ocorrem ao tempo de
cada um, devendo ser um tratamento contínuo como é o do dependente. Como é dito
no grupo NarAnon, “continue voltando que funciona”.
Segue um
vídeo onde são entrevistadas Mara Silva Carvalho – Presidente do Amor Exigente
e Romina Miranda, jornalista e coordenadora de grupos de AE (Amor Exigente).
Boa Semana. Até o próximo post.
Olá!
ResponderExcluirConcordo com vc, os grupos de ajuda são fundamentais para nós familiares! Meu familiar adicto está a 425dias e não deixei de frequentar o grupo, pois sei q ainda preciso(e muito de ajuda)
Bacana Neusa... continue voltando e levando a mensagem....obrigado pelo comentário. Continue comentando as postagens e divulge o blog se possível. Abraço.
ExcluirMuito bom, vemos como a força do agrupo pode ajudar no acolhimento e mostrar à família sua responsabilidade. Desenvolver a autonomia de cada um e poder respeitar as escolhas do outro, afinal amar não é controlar.
ResponderExcluirParabéns pelo texto! E o vídeo também é ótimo.
Seria bacana ler um pouco a respeito de como o dependente se sente quando percebe as mudanças na família em tratamento e se dá conta de que já não é o centro das atenções. E principalmente quando há sucesso de todos se cuidarem
Perfeito, obrigada bom dia
ResponderExcluirOlá Bernadete....obrigado pelo comentário....gostaria de saber o que mais gostou no blog ou na postagem. Abraços.
ExcluirMoro em SBCampo- SP onde compro o livro azul?
ResponderExcluirMoro em SBCampo- SP onde compro o livro azul?
ResponderExcluirPerfeita a descrição das atitudes do codependente. A ajuda dos grupos de apoio à família baseada numa programação de 12 passos nos faz recobobrar a serenidade e, assim, entrar em recuperação.
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