Bom
dia amigos e seguidores do blog ODQ – Um Novo Rumo. Por motivos de natureza
profissional não pude dar continuidade nos trabalhos e postagens do Blog, mais
agora retorno às postagens e espero que gostem. Continuo a procura de pessoas
que dêem feedback sobre as postagens e que possam indicar temas para as futuras
postagens.
Obrigado
a todos.
Como
primeiro assunto trago uma reflexão sobre a relação família e dependente, esta
relação tão cheia de problemas. A família não sabe muito bem o que fazer quando
a pessoa amada (pai, mãe, filho(a), neto(a), esposo(a), tio(a)....) cai no
mundo da dependência e percebe que mesmo amando estas pessoas não consegue
ajudar e que aquela pessoa amada já não é mais aquela de antes. Espero poder
ajuda-los. Boa leitura.
Relação
familiar na Dependência Química
A
Dependência Química, nisto se incluí o alcoólatra, é uma doença que afeta a
vida do ser humano em diferentes aspectos, as relações interpessoais é um dos
campos mais afetados, mais especificamente no âmbito familiar.
A
relação do dependente com os familiares é frágil e superficial, levando-se em
consideração que a construção desta relação muitas vezes já desde os primeiros
contatos com o mundo é pouco estruturada. Muito antes de surgirem os primeiros
indícios de abuso e em alguns casos posterior dependência em determinada(s) substância(s)
psicoativa(s), o indivíduo já apresenta comportamentos pouco adaptativos e
dificuldade em se relacionar com o mundo, reflexo de sua desestrutura interna e
inabilidade social. Conforme dito acima, diversos são os prejuízos causados
pela doença, assim também devemos considerar que diversos são os aspectos que
levam o indivíduo a desenvolver a adicção. Desde modo, é importante analisar
que a família está associada à construção do sujeito e de sua identidade, e a
relação construída entre os membros desta influencia em posteriores relações e comportamentos
deste indivíduo.
O
comportamento aprendido desde a infância relacionado a valores e regras serão
muitas vezes perpetuados ao longo da vida, mesmo quando negados ou
transgredidos, há um parâmetro que foi ensinado pelos pais, com influencias socioculturais
da sociedade, mas com especificidades de cada família.
Durante
a adicção ativa valores sociais, regras e códigos de conduta são muitas vezes
deixados de lado, tanto pela intoxicação que, altera a capacidade de julgamento
e tomada de decisões, quanto pela própria dificuldade em lidar com limites,
responsabilidades e restrito autoconhecimento. Assim sendo, o dependente em uso
comporta-se de uma maneira incompreensível para a família e sociedade,
limitando-se a ações que justifiquem seu uso e satisfaçam seu prazer imediato,
isolando-se da família e de todos que possam ameaçar seu “estilo de vida”.
Para
a família ficam as perdas, materiais e emocionais, que desesperadamente tentam
compreender onde tudo começou e desejam que a situação tenha um fim. Onde tudo
começa? Ainda há muito a se estudar sobre as drogas e sobre a forma como o ser
humano se relaciona com essas substâncias. Dizer que é culpa da família, da
sociedade, do próprio individuo ou da droga em si seria reduzir o problema,
pois os fatores são múltiplos e o ser humano é complexo demais para se
determinar causas específicas para seus comportamentos.
Para
que vocês, pais ou familiares de dependentes químicos, possam identificar como
lidam com o problema segue abaixo os sintomas da co-dependencia doença que
afeta a família do dependente.
A
Co-dependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou
menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:
SINTOMAS
DA CODEPENDÊNCIA
1. - Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro.
2.
- Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa
dependente o co-dependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.
3.
- Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo
que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.
4.
- Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. Palpites,
recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o
co-dependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele
justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa dependente)
5.
- Condutas pseudo-compulsivas. Se o co-dependente paga as dívidas da pessoa
dependente ele nunca assumirá responsabilidade sobre seus atos e sempre
recorrerá a este recurso
6.
– Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente
mesmo responsável pela conduta da pessoa dependente, mas para que isso não
motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.
7.
- Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está
fazendo pela pessoa dependente parece ser satisfatório.
8.
– Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada
da pessoa dependente fosse, de fato, sua.
9.
– Baixa autoestima.
10.
- Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria autoestima.
11.
- Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da
ansiedade.
12.
- Gastrite e diarreia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e
conflito.
13.
– Depressão.
Se
você familiar se identifica com estes sintomas você precisa procurar ajuda
especializada para familiares e esta ajuda é mais fácil do que você pensa de
encontrar, elas estão disponíveis nos grupos de ajudas familiares como Amor
Exigente, NarAnon e AlAnon.
Os
links para estes grupos podem ser encontrados nesta página no tópico Grupos de
Auto e Mutua Ajuda.
Tenham
um bom dia. Até a próxima postagem.
Muito interessante Ulysses! Precisamos discutir a respeito da codependência e dessa relação com o dependente. Tanto o dependente quanto a família precisam estar em tratamento, pois atinge a todos.
ResponderExcluirContinue escrevendo e esclarecendo sobre esta doença que afeta muitas pessoas e de forma tão profunda.
É através do conhecimento que podemos tomar uma atitude.
Parabéns pelo blog!
Obrigado pelo comentário. Se possível deixe sugestões para futuras postagens.
ExcluirParabéns pelo blog Ulysses!
ResponderExcluirA família é muito importante no tratamento da dependência!
Também tenho um blog, dá uma passada lá!
http://amentemente2014.blogspot.com.br/2014/05/regressao-progressiva.html
Obrigado pelo comentário estamos precisando de pessoas envolvidas para fazermos a diferença.... dê sugestões de assuntos para postarmos. Abraço.
ResponderExcluirParabéns ! faço parte de grupo de doze passos e este programa é maravilhoso , salvando vidas ! Abraços e amei seu blog !
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