domingo, 13 de setembro de 2020

A Recuperação e a Jornada do Herói

    Olá leitores como estão? Espero que estejam bem. Tema novo, espero que gostem.

Há alguns anos tive a grata oportunidade de tomar conhecimento da obra de Joseph Campbell (1904/1987), renomado estudioso de mitologia, religião comparativa e dos arquétipos. Ele agraciou a todos nós com o seu brilhante conhecimento e trabalho na obra “O Herói das mil faces” referência acadêmica até hoje sobre o assunto.

Esta obra apresentou todo o estudo que Joseph Campbell fez sobre os mitos existentes em diversas culturas por ele estudada, e com isto apresentou-nos “A jornada do Herói”, uma descrição de como todos os mitos seguiam um padrão de eventos na construção do herói, e chamou esse modelo de “monomito”.

Esta é uma visão conceitual do Blog O DQ Um Novo Rumo que visa apresentar de forma simplificada a jornada do herói e fazer uma analogia entre ela e o processo de recuperação de tóxico dependência e outros processos de recuperação. Bora lá então.

A jornada do herói assim como a própria recuperação sempre se iniciará por um chamado, convite ou desafio. Em se tratando de dependência química, alcoolismo e/ou Co dependência isto se traduz literalmente na jornada de recuperação.

O Chamado sempre chega de três formas distintas e não importa como ele se apresente, o objetivo é o mesmo, “se tornar herói” mais existem algumas diferenças entre eles, bora conhece-los então iniciando pelo chamado voluntário onde a pessoa se propõe a jornada por uma percepção própria em si mesmo de fazê-la, seja por uma necessidade interna ou externa, o chamado impositor é quando o indivíduo é empurrado de forma direta, sem transferência ou recusa para a jornada (só ele pode ser esse herói, essa jornada é dele) e o para finalizar o chamado casual, onde o indivíduo literalmente inicia a jornada de forma acidental porém durante a mesma ele recebe o chamado para ser tornar herói.

O chamado provoca em nós a necessidade de abandonar o cotidiano, a vida até então normal ou vivenciada de forma passiva e ir de encontro do desconhecido e a aceitação desse chamado.

No caso do dependente químico, alcoolista e/ou codependente estes fatos basicamente são comportamentos ou situações cotidianas ilustradoras do descontrole em que a pessoa está vivendo, sendo assim podem ser uma variedade de coisas ou simplesmente o claro abuso no consumo de álcool e/ou drogas.

Geralmente o dependente químico chega à jornada de forma voluntária ou imposta, na voluntária buscar por si mesmo a ajuda que precisa para resolver o problema do abuso de substância psicoativa, e na situação imposta geralmente ele ou ela é empurrado para um tratamento de forma involuntário e nele pode aproveitar a oportunidade para revolver sua questão de dependência mesmo que não tenha planejado ou mesmo tenha desejo a princípio.

Casualmente cônjuges, filhos, amigos ou mesmo curiosos podem ser chamados a se tornar herói por acompanhar de perto a jornada de um outro candidato ou apenas por se identificar com a proposta da jornada em suas próprias questões e desafios de vida.

Para aceitar o chamado precisamos decidir abandonar o conhecido, o cotidiano confortável mesmo que problemático e isto é certamente o primeiro desafio da jornada do herói, no processo de recuperação este mesmo desafio está implícito no requisito único para se iniciar o processo de recuperação o desejo de parar/beber/controlar, porém neste exato ponto devemos observar que esta é uma decisão muito difícil, de alto impacto e acima de tudo é uma decisão exclusiva do protagonista, não do chamado, do desafio ou de terceiros. O chamado por si só não produz o herói, apenas convida o protagonista a se tonar candidato á herói e viver esta experiência ímpar, em outras palavras, sem desejo, sem jornada. Sem jornada, sem herói.

Bom neste momento você esteja pensando assim: mais é obvio que todos nós queremos ser heróis! e então faço o seguinte questionamento: Será mesmo? Eu tenho realmente o desejo de trilhar este caminho? Estou aberto para este desconhecido? Eu preciso do que a jornada está oferecendo? Como disse no parágrafo anterior só você pode responder a estes questionamentos, e eu, só posso falar das minhas escolhas, e decidi aceitar o chamado. 

Ao aceitar o chamado para esta jornada ao desconhecido também começam os desafios deste processo, e o principal ingrediente neste momento é a contínua busca em permanecer no caminho e se lançar de forma completa ao processo, é sair do local seguro, do confortável, do conhecido tendo apenas um horizonte de possibilidade como objetivo. A travessia do primeiro limiar da jornada para o dependente químico, alcoolista e/ou codependente inicia seu processo de sobriedade continuada, o não uso, o desancorar emocional com o objeto de dependência e/ou codependência e a esta altura já temos conhecimento de que sozinhos não conseguiremos.

Ao perceber nossa impotência em resolver sozinhos passamos a buscar ajuda com profissionais, instituições e irmandades de mutua ajuda e lá começamos pessoas para nos ajudar com nossa jornada. O herói nunca trilha sozinho a jornada, sempre tem alguém, um parceiro, em escudeiro, um ajudante, um acompanhante de jornada ou um amigo e serão encontrados sempre ao longo da jornada.

Legal, já não estamos só mais ainda falta uma peça fundamental conhecida na jornada do herói como mentor, ele ou ela é aquela pessoa especial mais experiente na jornada que nos ajudará nas tomadas decisões com seus sábios conselhos, apoio e suporte. Temos inúmeras figuras de mentores disponíveis nos diversos seguimento na vida como psicólogos, confidentes, padres e pastores, conselheiros especialistas e outros e o programa de recuperação de mutua ajuda também tem esse mentor, que é facilmente reconhecido na figuras do padrinho ou madrinha.

A aventura é construída de alegrias e tristezas, vitorias e derrotas, momentos de fluidez e de complicações, sempre será assim, não existe apenas ganho e tão somente perdas e para todos estes momentos são importantes aqueles que nos acompanham na jornada nos dando força, ajuda, amparo e confiança.

A cada desafio superado o candidato a herói cresce em sua própria experiência, e se torna mais capaz para o desafio seguinte. Em recuperação vamos aprendendo a lidar no dia a dia com os desafios da vida limpo, a crescer na aplicação dos princípios espirituais do programa de 12 passos, aceitar as coisas que não podemos modificar, admitir nossas fraquezas, a nos valermos do apadrinhamento por exemplo e com isto tudo passamos pelos desafios com mais confiança, sabedoria e segurança.

A jornada exige inevitavelmente do herói a experiência de passar pelo ventre da baleia, que faz de certa forma uma analogia e referência a história de Jonas descrita na bíblia, uma pessoa que foi engolida por uma baleia, ficou vivo dentro dela por um tempo, meditou sobre si e sua jornada e de lá retornou de forma diferente, assim também acontece no processo do candidato a herói quando ele é mergulhado ou envolto pelo desgaste físico e mental de permanecer no processo, pelas tentações do retorno ao antigo, pela sedução da recaída, pelas frustrações e retorno do medo do fracasso e pela própria dor gerada pelos sacríficos que a jornada impõe.  

A recuperação da dependência química/alcoolismo trabalha exatamente com estes desafios, pois para se conseguir entrar no processo de recuperação iniciamos com a sacrifico de parar de usar, e ficar sem usar já é um desafio e tanto mais para continuar sem usar precisaremos evitar o convívio com pessoas de uso, não frequentar lugares de ativa e deixar de fazer coisas que colaboravam com essa ativa... até ai tudo bem, mas quando vamos à ação propriamente dita percebemos que uma grande parte das pessoas que temos que abrir mão tem uma rica história pessoal conosco o que torna penoso o afastamento, possivelmente para ambas as partes, e quando pensamos no quanto fazem parte tendemos a facilitar, voltar atrás e com isto acontecem recaídas, isto também funciona para lugares pois eles tem histórias a serem revividas e recontadas e escritas e quando percebemos a falta destas historias podemos ter o mesmo comportamento facilitador descrito anteriormente. Coisas de ativa, nossa senhora! a maioria de dos dependentes seguem um caminho de ligação com a droga ou álcool onde quase tudo o que fazem está ligado à sua ativa, será difícil porém necessário reaprender a fazer coisas sóbrios, como conversar, ouvir música, conversar, dançar entre muitas outras.

Encarar a vida sem drogas, álcool ou o codependente é muito assustador, pois como vimos acima estamos intrinsicamente ligados à eles e o medo da culpa, da perda, da falta, da infelicidade, do vazio e de nossa incapacidade de encarar as coisa naturalmente são latentes em nós, podemos também ter medo de falharmos na jornada ou de nos sobrecarregarmos nos tornando herói.

Este lugar também conhecido na jornada como caverna oculta é onde as sombras, os medos e dúvidas são incutidas ou vem à tona na mente deste protagonista, seus dilemas e dores mais profundas ganham muita força e o complicado aqui é que o dependente ou codependente como um nato auto sabotador, justificador, negador, medroso e vitimista pode decidir por abortar a jornada aqui, e se o fizer perderá a oportunidade de vislumbras o surgimento do herói.

Todo esse embate psicológico, o desafio mais interno, tenso, denso e decisivo do processo torna este momento essencialmente fundamental e impar na forja do herói, porque aqui é a hora em que os princípios de recuperação como esperança, fé, mente aberta, boa vontade, honestidade, humildade e coragem necessitam de ganhar força de aplicação, aqui também cabe lembrar o que o folheto triangulo da auto obsessão diz “..só nos resta uma escolha, uma última oportunidade... temos que crescer, ou morrer.” Podemos encarar isto como encarar o nosso passado fazendo nosso profundo e destemido inventário moral no passo 4 e logo em seguida admitirmos nossas naturezas exatas de falhas no passo 5.

Estes dois passos mostrarão quem somos em nossa essência mais natural, espiritual e humana como pessoas providas de desfeitos a serem removidos e qualidades a serem aplicadas a nosso favor e se conseguirmos nos reconciliar conosco através destas descobertas então uma metamorfose psicologia acontecerá em nós e a maturidade que ela irá promover trará para fora uma outra pessoa, diferente daquela que entrou na caverna ou no ventre da baleia, a pessoas que retornou está pronta para o desafio final.

Ufa!...quanta coisa! bom agora é hora do desafio final, desafio este que somente o candidato a herói pode lutar e vencendo esse desafio final, o ultimo inimigo traz consigo uma recompensa o surgimento definitivo do HERÓI.

No processo de recuperação o inimigo nunca morre, pois a doença é imortal, então qual seria o desafio final para se tornar um herói em recuperação?

Para responder a esta pergunta faço a seguinte explanação: O que e quem é um herói?

Buscando o significado da palavra no dicionário encontrei uma forma de descrever o herói como sendo uma pessoa que se destaca por atos de extrema coragem, valentia, persistência, possuir uma moral e um caráter de força e justiça, admirável por outros motivos e acima de tudo uma pessoa que superou grandes desafios e através destes modificou-se tornando-se assim referência para outros.

O processo de recuperação propões mudanças, remoção de defeitos, fazer reparações, crescer ou adquirir princípios espirituais e agir sobre eles e se ao fazer isto você se qualifica a ser um herói.

Quando nos tornarmos a mensagem como o passo 12 sugere e falamos para alguém que precisa desta mensagem talvez este ouvinte nos veja como um herói, a esperança surge em qualquer um através da palavra do herói, os heróis tem força para mover engrenagens as vezes pesadas, as vezes complexas, que também as vezes necessitam apenas de um olhar confiante e amoroso, palavras sinceras e de igualdade e para finalizar aquele abraço com um tamojunto verdadeiro sussurrado ao pé do ouvido enquanto os braços envolvem em acolhimento fraternal este futuro herói, quem sabe?.

Todos aqueles que se propuseram um dia a fazer a jornada declaram que foi a melhor escolha que fizeram na vida, iniciaram a jornada um e retornaram dela outro, modificados, maduros e experientes.

Todos os dependentes químicos e alcoolistas em sobriedade e recuperação de longa duração compartilham que a melhor decisão de suas vidas foi buscar a recuperação, iniciaram ela como crianças assustadas, imaturos, bêbados, nóias e etc e hoje a trilham com orgulho de terem vencido um inimigo poderoso dia após dia, se sentem felizes em serem aquilo que não conseguiam ou conseguiriam antes disto como serem pais, filhos, irmão, tios, profissionais, pessoas responsáveis e acima de tudo uma visão de esperança para àqueles que desejarem encontrar um caminho melhor.

Se não se tornarem heróis para alguém, isto não importa, pois eles sempre serão heróis para quem realmente importa na vida deles, Eles mesmos.

Seja o herói que você merece para você mesmo, o resto é por conta do PS.

Eu iniciei minha jornada e você?

Até o próximo post. Excelente jornada a todos.

Ulysses Beolchi Jr
Editor do Blog

Terapeuta especialista em dependência química e Thetahealer




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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Esquizofrenia e Alcoolismo: Distinções Básicas

Alcoolistas, ou seus familiares, costumam indagar se não se trataria de um caso de esquizofrenia. É grande o desconhecimento a respeito das doenças psiquiátricas e chega-se a associar o termo esquizofrenia à palavra “esquisito”, atribuindo o título de esquizofrenia a todo comportamento que desvie dos padrões habituais.

De qualquer forma, é de domínio público que a esquizofrenia é uma doença grave, ainda sem perspectivas de cura. Mas seu tratamento vem obtendo sucesso em permitir que pacientes esquizofrênicos levem uma vida praticamente normal e integrada à sociedade.

No entanto, há, uma tendência a confundir doenças, o que dificulta o correto reconhecimento do alcoolismo e seu tratamento. Do ponto de vista médico, porém, a distinção entre alcoolismo e esquizofrenia não é difícil, já que, ao contrário de outras doenças como (depressão, ansiedade…), suas manifestações clínicas são muito diferentes.

Os transtornos esquizofrênicos têm como característica fundamental as alterações da percepção, ou seja, audição, visão, e, menos comumente, tato, paladar e olfato fornecem ao indivíduo afetado informações distorcidas ou inexistentes. Classicamente, pode-se ouvir vozes, ou ver imagens inexistentes.

Podem apresentar também os esquizofrênicos distúrbios de pensamento, quando têm a sensação de que alguém lhes impõe ideias que os obrigam a tomar determinadas atitudes totalmente inadequadas, e persecutoriedade. Tudo isso vivenciado com muito sofrimento.

Outra característica dos que padecem de esquizofrenia são os afetos inapropriados; em outras palavras, seus sentimentos não correspondem aos da realidade que os rodeiam. Em muitos casos a pessoa não manifesta qualquer tipo de sentimento, dando a impressão de não os possuir.

Na esquizofrenia há uma distorção da realidade. Já o alcoolismo apresenta como uma das suas principais características a negação da realidade. Com muita frequência a família, também adoecida, não aceita o diagnóstico, preferindo atribuir a outra doença os distúrbios de comportamento. Isso não quer dizer que a família tenha um medo maior do alcoolismo que da esquizofrenia e considere esta como um mal menor, simplesmente deseja-se fugir do estigma que pesa sobre o alcoolismo fortemente cercado de preconceitos morais.

Percebe-se atualmente na prática clínica maior incidência da comorbidade – existência concomitante das duas doenças: alcoolismo e esquizofrenia.

A Medicina já desenvolveu tratamento adequado tanto para o alcoolismo quanto para a esquizofrenia, e mesmo para a ocorrência simultânea de ambos. Ao falarmos do tratamento do alcoolismo, vimos que são grandes as chances de recuperação do paciente alcoólico, mesmo aquele que também padece de esquizofrenia, quando assistido por profissionais da área e com envolvimento das partes.

Siga em frente.

Saudações!

Fábio Augusto Bento Freitas

Terapeuta em Dependência Química. Atualmente cursando Serviço Social na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

Referências Bibliográficas:

Alcoolismo. (Jorge Antônio Jaber Filho; Charles André)

domingo, 6 de setembro de 2020

Atividade Física e Dependência Química

É notório que o esporte contribui para o desenvolvimento humano e crescimento pessoal de qualquer cidadão. Mas quando tratamos do assunto da dependência química, torna-se o esporte, imprescindível para essa parte da população que necessita se reencontrar ou até mesmo ressignificar seu estilo de vida.

Durante o tratamento, sendo em regime de internação ou não, o indivíduo se vê entre o alívio da sobriedade e o marasmo da nova rotina estabelecida e não raramente volta ao uso sem fazer experimentações em sua nova vida. A ação criativa torna-se fundamental para que ainda nesse processo o indivíduo não venha a recair e reiniciar todo ele novamente. Tendo de passar pelas etapas mais dolorosas do tratamento, as iniciais, onde a síndrome de abstinência costuma ser mais frequente. Sintomas como: insônia, tremores, desorientação, delírios auditivos e visuais, dores estomacais, vômitos, oscilações na pressão arterial e inquietação motora são comuns. Além da busca do fator de compensação do SNC (Sistema Nervoso Central) através de substituições do objeto da compulsão que geralmente envolve a procura incessante por sexo, comida e atividades físicas. E é exatamente nesse ponto que o esporte transforma a vida desse indivíduo.

Ao direcionar o indivíduo dentro de sua compulsão pela atividade física, os profissionais envolvidos obtêm grande sucesso no tratamento, atingindo-o em vários setores de sua vida com o estabelecimento de rotinas saudáveis, de metas a curto, médio e longo prazos, cumprimento dessas metas, autoconhecimento, senso de pertencimento e retorno das relações interpessoais. Não recomendamos a substituição da compulsividade para nenhuma área de sua vida, porém quando essa compulsão se dá pela prática esportiva, torna-se aceitável pela grande variedade de fatores benéficos que envolvem a Educação Física. Sendo de menor complexidade lidar com esse tipo de compulsividade comparado à compulsão por drogas.

Segundo o professor Marcio de Amorim Arruda (CREF12.420G-RJ), "a Educação Física é grande facilitadora da saúde mental tanto na perspectiva biológica quanto na cognitiva. Biológica, já que durante a atividade física o cérebro produz serotonina, endorfina e ocitocina, substâncias químicas responsáveis pela sensação de prazer e bem estar. Assim como a dopamina, também liberada durante e após atividades físicas. E cognitiva pois ajuda na oxigenação do cérebro melhorando significativamente o raciocínio lógico, as tomadas de decisões, a criatividade e a atenção em todas as atividades diárias”.

Atividades lúdicas podem interagir com os exercícios a fim de melhorar e intensificar as relações sociais do indivíduo. “A ludicidade é grande instrumento de inclusão e reinserção social e ainda de promoção do potencial cognitivo. Traz de volta o prazer em atividades que de modo geral foram deixadas de lado durante o período da obsessão pelo uso de drogas”, completa o Educador Físico.

É necessário entender que a dependência química é uma doença complexa. Que atinge todas as áreas da vida do D.Q. e que para ser controlada é preciso a reestruturação de todas essas áreas, conduzindo-o de volta a sociedade de forma a atuar produtivamente nesta. Por isso, precisamos contar com profissionais das mais diversas áreas para conter o avanço desse mal que destrói vidas e famílias, sufoca a sociedade, contribui para a criminalidade, superlota presídios, sobrecarrega o judiciário, acaba com sonhos e subjuga o ser humano. 

A Educação Física mostra seu valoroso e fundamental papel neste cenário. O esporte muda, transforma e dá sentido à vida. Fornece o entendimento dos fatores positivos de compensação adquiridos de maneira saudável e trazendo outros benefícios correlacionados como o de saber lidar com derrotas e vitórias, respeito ao próximo e aos seus limites, lidar com a autossabotagem, controle emocional, disciplina, dedicação e abdicação.

O dependente químico tende a tomar decisões isoladas e agir impulsivamente em busca de soluções rápidas e resultados imediatos. Portanto, antes de sair correndo por aí faça uma avaliação médica e procure um profissional da Educação Física.  O professor Marcio Arruda encerra: “Mais importante do que a intensidade ou performance será a prática consciente e regular”. 

Fiquemos com esse pensamento!

Siga em frente.

Saudações

Fábio Augusto Bento Freitas

Terapeuta em Dependência Química, atualmente cursando Serviço Social na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro


Colaboração:

Professor Marcio de Amorim Arruda Educador Físico - CREF 12.420G-RJ