Quanto maior a
expectativa, maior a frustração. Essa afirmação comumente usada, provavelmente
vale para quase tudo na vida.
Mas se pensarmos
que expectativas fazem parte de um processo de planejamento e que este
planejamento está diretamente ligado ao que desejamos, percebemos de imediato
que estes são a representatividade dos nossos sonhos. E deveríamos nós, nos
privar de sonhar por simples medo da frustração?
Após longo período
à margem, improdutivo e adoecido física e mentalmente, o indivíduo em
recuperação (re)inicia sua nova vida em sociedade de forma lenta. As lembranças
vividas ainda doem e as marcas deixadas pela drogadição ainda são visíveis.
É comum a
insatisfação com a realidade que se mostra um tanto quanto previsível e sem
muitos atrativos. O mundo realmente está mais lento. As horas demoram a passar
e a mente é uma aliada prestes a traí-lo.
É possível sentir
saudade da vida inconsequente e inquietante recém-deixada. Fantasias de recaída
são comuns e vêm junto das lembranças filtradas como boas desse tempo ao passo
que as más recordações distanciam-se da realidade.
Porém ao também
recordar as expectativas geradas por esse indivíduo no início de seu processo
de recuperação, visando não só sua liberdade do uso de químicos como também a
sua reintegração ao meio, tal qual sua reestruturação moral e ética e sua total
reinserção na sociedade e avaliando tais projetos, torna-se também possível o
reconhecimento de que as metas estão sendo atingidas e com isso, as
expectativas supridas. Mesmo que ainda de forma lenta.
A realidade já não
é tão assustadora. E a vida até pode ser atrativa.
Com a manutenção da
sobriedade, as escolhas se dão. A sanidade obtida até aqui não permite o
retorno a uma vida limitada ao uso abusivo de químicos. O indivíduo já adaptado
à sociedade tem em suas mãos a construção da sua própria vida. Do seu futuro.
De novos sonhos. Novas expectativas e novas frustrações.
Bem-vindos ao
segundo ano.
Limites são feitos
para serem respeitados ou superados?
A escolha é sua!
Siga em frente.
Saudações.
Nas próximas
semanas abordaremos os desafios mais comuns nos primeiros anos de recuperação.
Os comentários e
compartilhamentos são de grande importância para nós. Portanto não deixem de
fazê-los. Mas só, se quiserem.
Obrigado.
Fábio Augusto Bento Freitas
Terapeuta em Dependência Química. Atualmente Cursando Serviço Social na
Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
Sua visão da dificuldade do primeiro ano de recuperação é importante também para o codependente, pois também nos são criadas expectativas. A diferença é que as criamos por algo que não depende de nós. É a recuperação do outro. Entender que não temos controle sobre o outro, que é a nossa doença, o falso controle, é essencial para nossa recuperação enquanto familiar adoecido. Ao nosso amado adicto podemos amar e orar.
ResponderExcluirFeliz por ver seu depoimento do primeiro ano. Enquanto ao segundo, é um dia de cada vez. Parabéns!
Obrigado.
ResponderExcluirParabéns Fabinho pelo artigo , realmente as expectativas são fortes no começo porém devido a destruição que deixamos na drogadição a frustrações acontecem pois esperamos muito pelos outros até confiança infelizmente não é isso que acontece , leva tempo e quanto mais grave as feridas deixadas maior esse tempo
ResponderExcluirObrigado, Eduardo. Forte abraço.
ExcluirParabéns.texto me ajuda muito .meu primeiro ano de recuperação foi muito bom em termos de conhecimento pessoal, aprendi muito e venho aprendendo .porque estou aprendendo a viver com mente aberta.muito obrigada .
ResponderExcluirA nossa gratidão à você e ao seu exemplo. Fique firme!
ExcluirExcelente texto Fábio! Parabéns!!
ResponderExcluirA importância de ter fé em si mesmo e não desistir são os combustíveis que movem a nossa existência.
Reconhecer que podemos fazer melhor o nosso caminho é uma das mágicas da vida. A possibilidade de recomeçar, reconstruir e reconhecer quem nos acompanha com amor nesse processo de recomposição. Não é um processo fácil para nenhuma das partes, porém com amor fraterno e acolhedor é possível sim mudar o presente e vislumbrar um futuro de imensas possibilidades positivas. Jamais podemos esquecer que reconhecer e ajustar o caminho é uma escolha, como você mesmo ressalta.
Perseverança sempre!!!
Gratidão por compartilhar um texto tão rico conosco.
Muitíssimo obrigado por suas palavras.
ResponderExcluirParabéns pelo belo texto! O mesmo serve de motivação para os que estão ainda com problemas em sua bússola de vida. Que este texto sirva de orientação e inspiração para os que estão iniciando a sua caminhada em direção à nova vida.
ResponderExcluirAssim seja. Muito obrigado.
ExcluirParabéns Mano, feliz por vc.
ResponderExcluirGrato, Sandro. Forte abraço!
ExcluirParabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirObrigado.
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